Título/ Denominação do objeto: O câncer magnífico
Fundo/Coleção: Fundo Willys de Castro
Descrição: O articulista começa por proclamar a influência da cultura moderna nos estudos e na cultura artística. Esse derivam em dois tipos de resultados: o primeiro, daqueles que aceitam o princípio da autoridade mesmo que os façam passar por uma aferição crítica. Trabalho de reunião de retalhos que faz surgir o retalho das próprias convicções, já que a forma ao infinito da verdade não se faz pela soma de suas partes. Assim critica os pesquisadores semi-teóricos que, pelo princípio da autoridade quiseram livrar a crítica artística da interferência indébita de outras disciplinas como a sociologia, a história, a filosofia, querendo tratar a essência do fenômeno artístico, unicamente com dados fornecidos por ele mesmo. Essa microanálise impressionista ainda impera, mesmo na chamada crítica de vanguarda, buscando um diálogo excrescente que procura revelar as possíveis intenções do artista, valores epidérmicos que a própria obra deixa aflorar e, quando têm talento, criam por cima das próprias ressonâncias criativas da obra de arte, precisando eles também de um crítico para avaliar sua própria obra criativa. O articulista atribui essa crítica aditiva como uma fase necessária para superar uma etapa decadente da arte ocidental, mas a revolução moderna já está vitoriosa e esta mentalidade crítica ainda não conseguiu se livrar de seus cacoetes. Um segundo tipo de atitude cultural não acredita aprender nada com tais pesquisadores sem antes se munir de uma teoria fundamental sobre a problemática da arte contemporânea, circundando uma teoria com um ponto de vista, as vezes, todo particular e insólito. Pergunta-se como sair deste caos teórico sem o que a atitude viciosa da crítica nunca será superada. Uma formulação teórica também é uma força criativa que se incorpora a outras, formando blocos nítidos mas também sendo criativos ao infinito. Somente o pensamento teórico alcança uma visão formal dos fenômenos. Por fim, comentando que Uma tendência geométrica invadiu a arte [daquele] tempo. Não tendo sido pressentida ainda a verdadeira presença de uma expressão exata espacial, vendo-se apenas um geometrismo epidérmico. Uma escola que mistura as duas naturezas expressionais – orgânica e harmônica – está apenas realizando um ideal de moda, ou se tenta realizar um ideal estético teórico, precisa determiná-lo e passar a trabalhar dentro de um filete só. O que favorece estes mal-entendidos é quando um crítico se arvora em crítico de arte. A crítica não pode surgir através da explicação que o artista dá de sua própria obra. Deve-se, pois, distinguir entre crítico e porta-voz de escola perante a crítica.
Número de Ordem: 11033
Notação: WIL3/34 a-b
Dimensão: 42x29
Tiragem: 0
Documento: clipping
Suporte: papel
Matéria Técnica de Registro: impressão
Local de Produção: Brasil, RJ, Rio de Janeiro
Data de Produção: 11/12/1960
Eventos:
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Tipo | Ficha |
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